quarta-feira, 27 de abril de 2011

Analogias

Analogias. Parece coisa simples, mas não é. Se há uma concordância de funções, enquanto homologia se centra nas estruturas concordantes, tudo bem. É que uma analogia se opera por unificação, por via da observação, simulação, estimulação ou antecipação, e envolve a intuição sensível, a memória e a imaginação. É um processo que supõe a intervenção de um enfraquecimento analítico, consciente e voluntário, que reduz as diferenças da passagem de um para outro fato. E é aí que mora o perigo.

Haveria analogia entre Cristo e Tiradentes? E entre os Inconfidentes e os contra-64? Onde estariam as deformações neste processo de reflexão? Onde estariam os condicionalismos involuntários, mesmo que se deixem de lado quaisquer resquícios de má-fé, para se atribuir a um fato as incidências de outro, meramente parecido, mas que não é, absolutamente, a mesma coisa. Quem lê as Cartas Chilenas de Gonzaga, ao tempo da pré-Inconfidência, tem, na sátira, uma nítida idéia da bagunça que o Fanfarrão Minésio andou aprontando. Qualquer semelhança com a confusão janguista soaria verdadeira, a partir do momento em que ambos os governantes iniciaram a cooptação dos militares, alguns dos quais não o aceitaram. Tratava-se, há 250 anos, de uma rebeldia contra o sistema colonial, por conta de um mau administrador falastrão, permitindo uma corrupção nunca vista antes na história pátria. Até a descrição fisionômica do cara dava medo: “Tem pesado semblante, a cor é baça, o corpo de estatura um tanto esbelta,feições compridas e olhadura feia; tem grossas sobrancelhas, testa curta...”

Adoro analogias.Alguns a chamam de coincidências.Mas,diz os espiritualistas que coincidências não existem.Tudo faz parte da lei.Lei de causa e efeito.

Vamos voltar aos fatos atuais ,ao luxo real como pano de fundo. O poder, apurado no DNA. A idéia de República vai para o espaço naquele reino de fantasia, que, é importante socialmente, pelo menos para reduzir a zero, pela organização e confiança no sistema, qualquer possibilidade de surgir um novo Hitler, Mussolini, Stalin ou coisa parecida. É um ganho considerável em estabilidade, mesmo com todas as críticas e sátiras que se produzem diariamente.

5 comentários:

Vênus disse...

Que lindo Debby....bela reflexão!

Também atualizei!Vai lá...

beijo

Maggie disse...

Olá

Passei or aqui e fiquei encantada com seu blog.Parabéns!

Mari disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Evandro Varella disse...

Olá!
Quanto tempo heim?
Sabe, meu sogro é especialista nas cartas chilenas, vou perguntar prá ele sobre essa tese...
Da minha parte, acredito em ciclos, as histórias se repetem em épocas distintas e na minha vida vejo sempre vários exemplos de situações recorrentemente reencenadas, até que aprendo alguma coisa e passo para alguma nova cena, as vezes levo anos, rss
Abraços

Mari disse...

Oi,Debby

Muito legal o tema.Como disse o Vavá,eu tb acredito em ciclos.Tenho percebido em minha vida algum fato que se repete de tempos em tempos.E,acredito que fatos das vidas passadas também se repetem para nosso aprendizado.
Parabéns!

Beijus